domingo, 21 de setembro de 2014

A ANDROPAUSA DE UM ANDRÓIDE


Com céu nublado eu bebo e caio assim:
Só durmo o dia todo, até sem mim, 
Escravo dos penduricalhos sou.

Com sol no céu espero a nuvem negra
E causo mal a mim; transgrido a regra:
Escravo dos penduricalhos sou.

Com céu nublado então não vejo estrelas,
Só durmo trêbado, e meu sonho é tê-las:
Escravo dos penduricalhos sou.

Com lua enfim no céu inutilizo:
As próteses, os chips e os avisos;
Escravo dos penduricalhos sou.


Marcelo Finholdt

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